29 de setembro de 2015

A cama da Leonor, finalmente

Há tempos estive a pintar, pela segunda vez, a cama da Leonor. Foi um daqueles projectos que correu mal desde o início. A cama dela, e que já foi do irmão, é do Ikea, a Kura. Calculo que seja  um best seller dada a quantidade de ikea  hackers que encontrei na net. Castelos, tendas de princesas, com dossel, pintada às cores, virada ao contrário, etc, etc.. O modelo presta-se a tudo. 
Farta de olhar para a versão original, que já estava com o pinho amarelado, resolvi fazer o meu próprio Ikea hacker e pintei a cama de branco, mate. É verdade que o branco torna tudo melhor, o problema é que fiquei com um “elefante branco” no quarto. As imagens da net até pareciam giras mas não gostei. A cabeceira da cama é enorme e de branco ainda parecia maior. Nada que um pouco mais de tinta (brilhante) e alguma paciência não resolvam.  
E o resultado foi este:
Aqui no cantinho está uma casa de bonecas também home made, foi o pai da Leonor que fez há uns tempos. 

Já com edredon para facilitar a vida do dia a dia. 


Da segunda vez pintei de branco brilhante toda a parte da frente e utilizei tinta de ardósia na parte de trás. Assim, não cansa tanto e acaba por ser divertido. 

Ao fazer estes pequenos trabalhos não posso deixar de pensar o quanto as coisas mudaram cá por casa. Até há algum tempo tinha que andar atrás do marido para arranjar/pintar/modificar o que quer que fosse. Até que houve um dia em que resolvi eu começar a fazer as coisas. Pintar já não é um problema, mexer em “artilharia pesada” também não e até já fiz as bainhas dos cortinados (com régua e esquadro, é certo, mas que ficou direito ficou!). Afinal, o jeito adquire-se com o tempo e não se transmite geneticamente. Mas houve erros que podiam ter sido evitados. Eis alguns:
1.       Comprar pincéis nas lojas do chinês. É que é mesmo muito chato tirar os pelos do pincel do meio da tinta. E se os deixarem ficar vão sempre ver-se. Mais vale gastar mais uns trocos e ir a um armazém próprio;
2.       Pintar com um primário e esperar o mesmo resultado como se tivesse utilizado tinta. Por algum motivo se chama primário, não é?;
3.        Não utilizar o primário e esperar que a tinta pegue em superfícies menos próprias.  Pegar até pega, mas dá mais trabalho;
4.       Iniciar um projecto quando a paciência não é muita. Vai dar mal resultado;

5.      Ter receio de perguntar por indicações nas lojas. Afinal, ninguém gosta de fazer figura de parva. Perguntamos por uma tinta e ouvimos do outro lado dezenas de opções. Uma pessoa até pensa que devia ter tirado um doutoramento sobre o assunto. Esqueçam a vergonha, deixem o funcionário exemplar falar e depois digam-lhe: “sim, sim e agora explique-me isso como se eu tivesse 5 anos”. 

Facilitar menos… a bem da educação


Eu mãe galinha, assumo, fiz asneira. A professora pediu uma protecção de secretária lá para a escola. Em vez de comprar, resolvi fazer uma, à qual adicionei  alguns elementos de consulta. Uma cabula, em suma. Não foi nada de mais, tem o abecedário, minúsculas e maiúsculas, e os números, por extenso, até 100. E também coloquei em destaque as letras que ela mais confunde, o "b" e o "d" e o "p" e o "q", em letra manuscrita.
Ontem, dia em que trouxe uma nota má no ditado, ainda teve a coragem de dizer: "Mãe, a capa dá muito jeito mas da próxima vez podes pôr as letras todas manuscritas?".
Sim, eu sei, fiz asneira. Acho que este é um problema da parentalidade de hoje. Na ânsia de os ajudar não os deixamos cair, quando o que devíamos fazer era ajudar a levantar. É o que os especialistas nos dizem, não é?! Mas alguém os ouve?

As manchas são da cola que ainda estava a secar 

28 de setembro de 2015

Saber o nosso lugar

Numa família moderna há muitas relações para gerir. Para além do tradicional pai-mãe e pais-filhos, ainda há pai - ex, mãe - ex do pai,  madrasta-entiado. E depois temos que acrescentar ainda a família: temos a minha, a dele (e ele tem 4 irmãs) e a da ex-dele. Se calhar não somos uma família convencional, nem para os padrões modernos, pelo simples facto que nos damos bem. Ainda no sábado estive o dia todo no campo com o miúdo e lá fui mandando mensagens à mãe dele a informa-la do resultado do jogo (o pai não liga muito ao desporto, mas a mãe é uma verdadeira aficcionada).
Mas como em todas as relações há pequenos focos de tensão que é preciso gerir com calma e, acima de tudo, respeito. Saber o papel que desempenhamos neste nosso universo familiar é um deles. E este de mãe-drasta não é fácil. Não é fácil, porque é tão fácil entregar-mo-nos a uma criança mas depois temos que arrepiar caminho porque não é nosso filho, é filho de outra pessoa. E se às vezes temos um papel mais presente noutros, mais cruciais, não podemos substituir uma mãe ou um pai. E perceber isso às vezes custa um bocadinho. Mas depois passa.

25 de setembro de 2015

Como fazem a vossa cama?

Ora bem, todos nós aprendemos a fazer cama ainda em pequenos, certo? Com resguardo, lençóis, cobertores e/ou edredões, colchas, cobertas, mantas e mantinhas. Certo? Bem, as minhas pelo menos têm isso tudo, mais as almofadas, que as camas querem-se fofinhas, já se sabe. O problema é que com tanta coisa para compor, as camas lá de casa só são feitas quando nos vamos deitar. E se há coisa que me irrita é ter as camas por fazer. Parece desleixo e os quartos ficam com um ar desarrumado, que dá dó (isto se tivesse em casa para ver).
Resolvi revolucionar esta secção lá em casa. Não, não passámos a usar sacos-cama, ainda, mas experimentei fazer a cama da Leonor à moda do norte (norte da Europa, leia-se). Lençol de baixo e edredon com capa. E pronto. De manhã, antes de sairmos é só sacudir e esticar e a cama dela está feita num segundo. Agora só preciso aplicar o modelo à minha cama.
Estamos sempre a aprender.

Dos pequenos-almoços


Adoro uma mesa bonita. Mas esta não é minha, roubei da net. 

Continuamos com a nova rotina. Firmes.
Agora vem o outro desafio, variar o que se come. Os nossos pequenos-almoços são saudáveis q.b. e incluem leite de vaca (para quem pode, euzinha) ou leite de soja (natural quase sempre, baunilha ou chocolate só de vez em quando) ou iogurtes e/ou chá (preto, verde ou de camomila, são os favoritos), torradas ou pão com manteiga, doce e queijo. E raras vezes saímos daqui. O pai é o mais esquisito de todos. Um copo de leite de soja e dois pãezinhos com manteiga e doce. A filha é igual. Para ela sai, quase sempre, "pão quentinho com queijo (ai, ai a lactose) e leitinho de soja do pai (natural, por tanto) com um bocadinho de chocolate". Já insisti para que ela prove o pão com doce, com creme vegetal, com fiambre e nada. Está irredutível nesta matéria. Hoje lá comeu um iogurte natural (sem lactose do pingo doce). Perguntei se podia acrescentar fruta, bolachinhas, cereais… mas não, foi natural mesmo, acompanhado do seu "pãozinho quentinho com queijo". Se lhe desse a escolher seria leite com cereais de chocolate ou leite de chocolate com bolachas todos os dias, mas como ganhou muito peso, muito rapidamente, deixei de comprar bolachas regularmente (isto serve para mim e para ela) e aboli os cereais de chocolate. É melhor cortar o mal pela raiz.
Eu opto pelo chá ou por um copo de leite, com meia torrada com doce. Na mala vem um iogurte e um pãozinho com manteiga. Sim, sim, já vi que como a dobrar… pois, nada como pôr por escrito, para se ter noção do que vai mal… e dizia eu ao início "os nossos pequenos almoços são saudáveis"...
Quando o frio aperta começa a apetecer outras coisas. Lá em casa gostamos de papas de aveia. Eu gosto delas com muita canela e maça e o pai simples. Faço no microondas uma receita básica e depois cada um junta as coisas que mais gosta. Nada mais simples que de manhã não temos tempo para complicações.

É sexta, é sexta! trá-lá-lá...

Gosto muito do que faço e sou feliz a fazer o que gosto. Só isso é que me agarra a um sítio que mal me paga e onde tenho alguns problemas com a chefia. Fora isso, sou feliz. Mas há semanas e semanas, e estas últimas foram um bocadinho desanimadoras. Por isso, quando chega o final da semana, este é recebido de braços abertos e de sorriso rasgado! E este tenho um duplo motivo para sorrir. Vou buscar o Diogo com a miúda. A mãe e o pai estão ocupados, sobra a madrasta. Não é todos os dias que me deixam exercer o meu papel de mãe-drasta. O rapaz vai ter uma apresentação e lá estarei, com a irmã, a aplaudi-lo.

24 de setembro de 2015

"Arrume a sua casa, arrume a sua vida"

O título não é meu é da Marie Kondo, a consultora japonesa que está a ter um mega sucesso com o seu método de arrumação. Não o li ainda, mas faço tenções de o ler em breve. Confesso que não tenho hábito de ler livros de auto-ajuda mas vou abrir uma excepção para este. Porquê? Há uns tempos para cá que tenho feito um esforço grande em organizar-me, organizar a casa, "destralhar" e a verdade é que me sinto mais cansada, mais confusa, com cada vez menos tempo para o que realmente interessa e a casa continua tão desorganizada como antes. Alguma coisa devo estar a fazer de errado. Portanto, vamos ver o que a Marie Kondo nos ensina.



Sinopse: 
«Cada coisa no seu sítio!»… quantas vezes não ouvimos as nossas mães ou avós a dizer isso? A verdade é que, no tempo delas, era mais fácil fazê-lo; elas não viviam rodeadas dos gadgets e dos mil e um pequenos objetos que «atafulham» as nossas casas, nem tinham saldos quatro vezes por ano para encher os armários de roupa que nunca se chega a vestir… Temos de o admitir: hoje em dia, a maior parte de nós tem a casa cheia de «tralha». E o problema é que essa tralha que nos rodeia tem uma influência muito subtil mas profundamente negativa na nossa qualidade de vida. Habitar um espaço desordenado faz-nos ser mais desorganizados na maneira de pensar e de nos comportarmos. A fórmula é simples: espaços desarrumados e feios resultam de estados de espírito infelizes, e causam ainda mais infelicidade; espaços bonitos e arrumados resultam numa vida bonita e arrumada. Mas como o conseguir? Afinal, limpar a «tralha» das nossas vidas dá tanto trabalho que a maior parte de nós nem saberia por onde começar… É aqui que entra o método mágico de Marie Kondo, a especialista japonesa em arrumação que está a fazer furor em todo o mundo. Arrume a Sua Casa, Arrume a Sua Vida é o best-seller internacional que está a transformar a vida de milhões de leitores em todo o mundo. Revela os segredos e ferramentas simples, práticos e profundamente sábios de Marie Kondo para deitar fora o que não interessa, cuidar do que interessa e transformar os espaços que habita em ambientes de tranquilidade e ordem.

23 de setembro de 2015

Mãe modelo... é difícil alcançar este estatuto

Este título tem uma dupla conotação:

Versão 1
Das cerca de três dezenas de artigos que compõem a lista do material escolar para este ano a Leonor levou no primeiro dia de aulas 27 desses artigos. Ontem, recado da professora: "A mãe quer que eu faça a protecção de secretária?". Agradeço, mas não.

Versão 2
A ver uma passagem de modelos na televisão a Leonor identifica a mãe de uma coleguinha na passarela. "Então e tu?", pergunta-me.

Isto não e fácil. Não é não.

22 de setembro de 2015

Algumas mudanças

Preciso de introduzir algumas mudanças na nossa vida, que me ajudem a organizar melhor as tarefas e o nosso dia-a-dia. Já experimentei vários truques e dicas que, aqui e ali, vão surgindo. Mas se de início até que funcionam, depois uma pessoa perde o hábito e o entusiasmo e voltamos a cair nas velhas rotinas. É preciso ter persistência, claro. Mas porque é que é tão mais fácil fazer as coisas erradas? Mesmo que nos façam sentir mais cansadas e com menos paciência? Ou será que chegamos realmente a tentar?
Apesar das dúvidas que me assaltam, esta semana introduzi uma pequena mudança nas nossas rotinas matinais. Levanto-me 30 minutos mais cedo para me arranjar e organizar os lanches (o meu, o do pai e o dela) e preparar o pequeno-almoço que tomamos todos juntos (bem, pelo menos estamos todos na cozinha ao mesmo tempo a comer, uns em pé, outros sentados...). Dantes só ela é que tomava o pequeno-almoço em casa, o pai bebia um copo de leite a correr, enquanto eu me acabava de arranjar.
Assim, tenho um duplo ganho: o financeiro, já que passo a comer em casa, e a sensação de tranquilidade com que se começa o dia, quer para ela quer para nós, que não tem preço mas nos torna mais felizes. E é isso que se quer com as mudanças, não é? Que nos façam felizes.
O pai lá de casa também tem andado a levantar-se mais cedo, mas aproveita os seus 30 minutos para correr na passadeira... eu não consigo (ainda) ter motivação matinal para tanto, confesso.


(suspiro) Amanhã chega o Outono

E eu não estou nada preparada para me despedir do verão.

O dia em que fiz uma birra no ikea


Foi em agosto quando me disseram que estas bases de candeeiro em vidro iam sair de produção. Agarrei-me ao último exemplar que lá estava, a teimar que o queria trazer, mas não deixaram porque estava danificado. Voltaram, um nadinha mais caras, quer me parecer. E eu ainda gosto delas.

D. Leonor

D. (de dona, já se sabe) Leonor acorda-me às 3h da manhã.
Tinha feito xi-xi na cama. Pergunto-lhe como foi isso possível.
"Mãe, estava a ter um sonho tão feliz..."



21 de setembro de 2015

"Mãe, vamos meditar?" - ou quando a filha de 7 nos dá uma lição

Ontem, 19h, entro em stress. Material da escola por organizar (os últimos itens pelo menos), jantar por fazer, banho da cria por tomar, quarto dela ainda por pôr na ordem (resolvi pintar uma estante que estava na rua e substituir a que estava no quarta dela que, por sua vez, vai para a despensa... mas isto é outro assunto) e pilha de roupa por passar a olhar para NÓS.
Aflita com tudo o que ainda tinha por fazer e a ver as horas a passar respondo um bocadinho torto a algum pedido que a Leonor me fez.
"Mãe, queres que te ensine a meditar?", pergunta-me ela. Reminiscências das aulas de ioga. (Às vezes preocupa-me ter lhe tirado o ioga, sobretudo quando ela pareceu ter gostado tanto)
"Talvez mais tarde... porquê?"
"Para ficares mais calminha."
"Glup"
... infelizmente já pelas 22 horas, quando acabava de etiquetar as canetas de filtro (para a próxima leva a embalagem de 12), diz-me ela, com nota de culpa na voz: "A esta hora já não vamos meditar, pois não?!!"
Duplo engolir de seco. E uma nota para mim mesma: separa o importante, do acessório!
Preocupada em arrumar e organizar as coisas esqueci-me do mais importante: ter tempo para a minha filha.

Curtinha da Leonor

Ontem à noite estávamos a ver o jornal da noite e uma peça sobre os refugiados chama-nos, uma vez mais, a atenção. Falava de uma menina de 5 anos que tinha morrido e do número de refugiados que chega em cada vez maior número a países como a Turquia.
"Mãe, a Nur está na Turquia", diz ela preocupada.
"Sim? Deve ter ido visitar a avó e os primos", afirmo para não a preocupar.
"Pois, ela fala turquês."

Se fala turquês, não há problema!

Em Lisboa, como turistas

Ontem o calor apertou e a vontade de organizar e arrumar as coisas lá em casa não era muita (em contraste com quantidade de tralha que anda espalhada, passo a vida em arrumações, mas um minuto de distracção e parece que as coisas saltam dos armários sozinhas).
Pegámos o carro e fomos comer um gelado ao pé do rio. Afinal, quantas vezes temos tempo para passear como turistas na nossa cidade?


 
Imagens retiradas da net... no domingo as ruas tinham muito mais pessoas, acreditem!

Guilty!

Eu, mãe stressada me confesso: a Leonor começou com a explicação a semana passada. Ela tem dificuldades, já sabemos, então achei melhor antecipar. Assim, ela sente-se mais apoiada e eu mais tranquila.





Escola ainda não começou e alunos já têm explicações - Portugal - DN

Mochila gira e barata

Este ano a Leonor foi bastante comedida na compra da mochila, por norma o item mais caro da lista de material. As 3 que utilizou o ano passado não estavam em condições, por isso este ano pensei em gastar um pouco mais. Acontece que ela gostou desta a 7€. Comprei uns bonecos de feltro no chinês e personalizei a mochila ao seu gosto. Ficou gira, preço muito em conta, agora vamos ver quanto tempo dura!

E começou...

1° de escola. Pergunto-lhe se está contente. "Na realidade, não", responde-me... pelo menos é honesta.
Ao ombro a lancheira, o resto da tralha carreguei eu... que a lista deste ano é pesada!

19 de setembro de 2015

Ora e de súbito a Uber ganha mais um apoiante

Na discussão que se tem gerado até tinha alguma simpatia pelo lado dos taxistas. Concorrência sim, mas não é justo exigir tudo a uns e nada a outros. Há uns anos os táxis eram o meu meio de transporte mais usual e não me faltam histórias... boas e más. Mas hoje, hoje isso mudou. Apanhei um táxi com a minha filha para ir ao hospital. Partida Vasco da gama, destino cuf descobertas.Trajecto de 5 minutos de carro mas muito difícil de fazer a pé com uma criança de 7 anos. Mal entro no carro e informo do destino o taxista começa com maus modos: "oh meu deus uma hora aqui para subir a rua. mas porque é que tinha que vir para o meu carro?!". Não me apetece recordar o resto da discussão que se seguiu. Só para dizer que só "por subir a rua" o taxímetro marcou 5 €. Não me parece assim tão pouco, já que levou apenas 5 minutos e ainda tive que levar com má educação.

E o regresso? Foi no mini bus gratuito do hospital. Serviço 5* e sem mau humor.

17 de setembro de 2015

Ainda a propósito

Apesar da altercação desta semana com o meu "sócio-gerente" do "estabelecimento", não esmoreci o trabalho lá por casa. E a cama da Leonor continua com os seus painéis pretos! Mas o trabalho ainda não acabou depois mostro o motivo da discórdia.

Blogue, blogue meu haverá homem mais Flintstone que o meu?*

*Aviso à navegação este post pode conter linguagem chocante.

Sem a miúda lá em casa, o quarto dela estava disponível para maiores intervenções. E assim num repente lembrei-me que poderia utilizar a tinta de ardósia, que é de cor preta, para pintar uma parte da cama. E assim me lembrei assim fiz. É que eu sou de entusiasmos e de "certezas", e tinha "mesmo a certeza" que queria utilizar aquela tinta no quarto da miúda. Mas não tive tempo, (na realidade nem me passou pela cabeça tal coisa), para perguntar ao digníssimo esposo qual a opinião dele sobre a matéria - faço aqui uma pausa para explicar que o digníssimo esposo gosta de dar opinião em tudo, e com razão que a casa também é dele. Ora, já ia eu a meio do projecto quando ele entra no quarto e, chocado (pelo reacção só pode), desabafa: "Mas porque é que não vais antes passar a ferro?". Confesso que a frase deixou-me em transe. WTF?! Perdão? Fazer o quê?
Aquilo saiu-lhe, resolvemos o que tínhamos a resolver e no dia a seguir, para se redimir, ofereceu-me uma lata de tinta... branca. Mas eu confesso que fiquei a pensar no assunto. Sentir-se-à ameaçado? Detesta ver a casa assim em alvoroço? Faço demasiadas coisas sem lhe contar mas com o intuito de o surpreender, não de o pôr de parte. Será isso que motivou uma reacção tão emotiva a um simples painel preto?

16 de setembro de 2015

CAOS

E quase na véspera de começar a escola o quarto da Leonor está neste estado. Ela não está cá e por isso decidi surprende-la e fazer umas mudanças. Mas o tempo foi mais curto do que eu pensava e por isso hoje espera-me uma longa noite.

14 de setembro de 2015

E de repente o silêncio...

Comecei esta semana de uma forma diferente. Em silêncio, sem as habituais correrias e a gritaria do costume "Leonor vai fazer xixi e lavar os dentes", "despacha-te a comer, se faz favor" ou "alguém ponha água e comida à cadela", "oh mãe tu não sabes pentear", etc, etc... Não, a escola ainda não começou mas as idas para o ATL obrigam à mesma rotina. Menos mal, assim para a próxima semana já não estranha. O que foi diferente hoje é que consegui despachar a Leonor (e a cadela) para a minha mãe. Uma vitória, porque a minha mãe tem medo de ficar com a neta. Acho que é por se sentir debilitada e ter dificuldade em andar. Ainda hoje não consegue ir sozinha ao parque ou ao café com ela, apesar de eu lhe garantir que ela já não irá fugir-lhe da mão. Mas esta semana é mesmo preciso e lá aceitou (percebi-lhe o tremor na voz) ficar a semana toda com ela. E está tudo bem. Dormiu na cama da avó, com a Cuca aos pés. Foi passear a cadela com o avô e à tarde vão começar a preparar os vasos para semear ervas aromáticas.
Lá em casa também está tudo bem. Tinha saudades do silêncio, do ritmo diferente da rotina, do estarmos só os dois sozinhos. Aproveito para organizar as coisas, para jantar a dois, para descansar.

11 de setembro de 2015

11 de setembro

Não dei conta da data até a ver ali em cima.
9-11, a data em que mundo mudou. Mudou para pior e parece que estamos cada vez mais longe de dar a volta.

A sério?

Hoje de manhã, muito baixinho, a minha miúda segreda-me ao ouvido:
"Posso levar um baton hoje para a escola?"
Baixinho não fosse o pai ouvir, claro. O pai não percebe a pressão dos pares. Eu ao baton (para o cieiro e de protecção solar, não é?") disse que sim.
O último pedido ao qual disse "NÃO" foi ao telemóvel. Que hajam miúdas de 7 e 8 anos que levem telemóvel para a escola isso é lá com os paizinhos delas, mas poupem-me. Perguntei-lhe para que é que as amigas utilizam os telemóveis, uma vez que mal sabem escrever e para além dos pais e irmãos não devem ter assim uma lista imensaaaaaaa de contactos para ligar (julgo eu!).
Vêem fotos e ouvem música. "Menos mal", pensei eu. Até ouvir a selecção musical.
Aqui ficam as favoritas da minha filha:



Nem quero imaginar a adolescência desta miúda.

10 de setembro de 2015

Não está pronto...

... mas houve quem não se importasse com isso.

Noites horribilis


É como têm sido as minhas ultimamente. A pequena lá de casa resolveu que não consegue dormir sozinha e vai de andar atrás de mim assim que o sol se põe. Segue-me para a casa-de-banho, cola-se a mim no sofá e quando chega a hora de deitar tenho que me deitar com ela, senão começa num pranto que dá dó. A partir daqui começa o horror. Espero que ela adormeça para me levantar (e senhores como isto me custa, porque às vezes adormeço primeiro que ela…) e automaticamente ela acorda. "Mãe? Onde vais?". Às vezes não acorda logo, mas acaba invariavelmente por ir parar à minha cama. Pelo meio ando eu a saltar de cama em cama, o pai, que tem insónias e é-lhe difícil adormecer, a saltar da cama para o sofá, do sofá para a cama. E assim têm sido as nossas noites.
Já lhe perguntei o que se passa. Diz que "vê coisas"...  sinceramente? Acho que está a gozar comigo... mas o choro é mesmo real. Do atl conta-me que há meninos contam histórias da Maria Sangrenta. "Quem é essa?", perguntei-lhe. Já lhe disse que histórias são histórias e valem o que valem.  
A mim é que já não há café que me valha e qualquer dia quem começa a ver coisas sou eu.

Comemoramos a data... mas e na falta dela?

Uma amiga vai comemorar o seu aniversário de casamento este fim de semana. Hotel 5 estrelas, jantar especial, programa para relembrar mais tarde. E eu pus-me a pensar não casei, juntei-me. Não me lembro exactamente do dia ou do mês em que me mudei. Fui mudando, acho. Por isso nestes últimos 10 ou 11 anos (acho que foi em 2005) nunca comemorámos nenhuma data especial. Claro que vamos comemorando e fazendo programas mais especiais quando nos apetece, mas isso não é a mesma coisa. Ou é? Ter uma data para celebrar é importante?
Ainda há pouco tempo ouvi-o a falar com um amigo que estávamos juntos "para aí há 6 anos"... tive que recordar-lhe que a filha tem 7 e vivemos juntos 2 anos sem ela e que em 2004 já assistimos aos jogos do Euro juntos. Talvez fosse bom termos uma data para poder ir contabilizando...

Projeto em andamento

No início era uma velha tábua de contraplacado. Durante anos foi um "tabuleiro" para o jogo subbuteo do Diogo, que raras vezes saiu por detrás da porta do quarto dele. Primeira constatação: os miúdos já não jogam subbuteo. Mas adiante. Agora será um quadro para a cozinha. Pintei-o com tinta de ardósia, falta colocar-lhe uma moldura, para que não se vejam os buracos e os cantos partidos e para aquele efeito mais 'tchanan', e está pronto a seguir...



Aqui já com primário. Depois levou 3 camadas de tinta de ardósia preta, mas podia ter sido rosa, azul, verde, laranja... Depois mostro o resultado final.... ainda falta resolver a questão da moldura e pregar o dito na parede... outros 500, portanto.

O problema da tinta de ardósia é que uma vez com o pincel na mão é difícil parar... muito difícil mesmo.

9 de setembro de 2015

Decorar a carteira...

Hoje de manhã a Leonor andava atarefada à procura do seu porta-moedas. É dia de praia hoje e o único  dia da semana em que os meninos estão autorizados a levar dinheiro para comprar um gelado. Nem sei  muito bem como é a logística do processo. Imagino cerca de 40 criaturinhas, entre os 6 e os 9 anos, a invadir um bar de praia, a escolher e a pagar os seus respectivos gelados. Por conta desta actividade, outro dia o autocarro chegou quase uma hora atrasado e a mãe aqui a imaginar coisas menos boas. Mas adiante... normalmente dou uma moeda de 1€ à Leonor. Hoje não foi diferente. Por isso estranhei quando ouvi o porta-moedas a chocalhar. Fui ver e vi que ela tinha posto mais uns 30 cêntimos em moedas de 5 cêntimos que tinha encontrado espalhadas lá por casa.
"O que é que isto está aqui a fazer?", perguntei-lhe.
"Ora mãe, estão a decorar a carteira!"
... e uma pessoa responde o quê?!

8 de setembro de 2015

Um ano e 20 cm em altura separam esta imagem da actualidade


Foi o ano passado que a inscrevi no atl da Gulbenkian. Foi tão giro. Todos os dias vinha comigo para Lisboa, almoçávamos juntas, em modo picnik, e ao final da tarde, sem correrias, dava-mos uma última volta pelo jardim.
O vestido que lhe dava pelo joelho, chega-lhe agora à coxa.
O tempo passa muito rápido caraças.

Uma questão de semântica ... ou figura de parva

Estou com um projetinho novo lá em casa. Sim, mais um. Para o terminar preciso de algo que faça de moldura. Estive a ver o site do Aki (muito pouco women friendly, diga-se de passagem) e lembrei-me que uma sanca podia servir para o efeito.
Em conversa com o meu Querido, e querendo dar uma de esperta, pedi-lhe o favor de passar na loja e comprar. "Já que o material é em poliestireno, resistente a fungos, flexível e fácil de manusear", argumentei. Resposta: "Sabes que isso é esferovite, não sabes?!".
Ora, bolas.

7 de setembro de 2015

Organizar o material escolar

O nosso domingo de manhã foi passado a etiquetar tudo o que já comprámos para a escola. Antecipámos as compras do material por uma questão de gestão orçamental, assim quando a lista vier já não será uma dor de cabeça muito grande. Há um mês que os livros e cadernos aguardavam por um minuto da nossa atenção para forrar e etiquetar. Adoro o início de cada ano lectivo, adoro ver os corredores do supermercado cheios de material escolar, tal como gosto no final de cada ano percorrer as papelarias à procura da "minha agenda". Enfim, taras e manias.
Como quem sai aos seus não degenera, a Leonor acompanha-me nestas andanças, até porque o material é para ela e é ela que tem que escolher (entre as regras previamente estabelecidas, entenda-se). Este ano surpreendeu-me, não quis nada com princesas ou com bonecos, por isso todo o material escolhido foi liso. Muito poupadinha a minha filha.
Com a ajuda do pinterest descobri um site para descarregar as etiquetas. Escolhi um tema com animais fofinhos, que sei que ela gosta, e que tem etiquetas de todas as formas e feitios e para todo o tipo de objectos, de cadernos, a capas, a dossiers, caixas, lápis, borrachas, colas, entre muitas outras coisas. Descarrega-se o pdf (escolhi um gratuito) e fazem-se as devidas adaptações.
Ainda temos que fazer uma pequena intervenção na mochila que ela escolheu, uma lisa, cor-de-rosa (claro!), que custou a módica quantia de 7€… (contra os 35€ do ano passado e que durou apenas o 1º período).  Eu disse que este ano ela estava poupadinha…

6 de setembro de 2015

Hoje vou sonhar com o nome" Leonor"

Tal foi a quantidade de vezes que tive de o escrever... lápis e canetas incluídos... não que adiante muito, temo. A ver como corre este ano.

E aos poucos a mamã lá se vai organizando

Ainda não está como eu gostaria, mas aos poucos vai se compondo. Decidi ter um espaço de trabalho na cozinha. Andava eu a pensar na melhor forma de pôr ali uma mesa sem sobrecarregar o espaço, quando o meu Querido apareceu com uma mesa pequenina. Juntei uma cadeira que andava por aí e está pronto, sem gastar nada. Por agora serve.

4 de setembro de 2015

É inevitável...

... preciso de pôr aparelho nos dentes o mais rápido possível, isto se daqui a uns anos não quiser ter fortes dores dos maxilares.
Eu sei que disse que queria sentir-me mais nova... mas não era bem isto que tinha em mente!



Ah.... é sexta-feira!

Depois de uma semana aterradora e que, de certa forma, me atirou ao chão, finalmente a sexta-feira, ufff!  Vamos lá cambada dar a volta ao moral, levantar a cabeça, pôr a mão na massa e olhar em frente!

3 de setembro de 2015

Por eles 2: a foto

A foto* que chocou meio mundo mas que se calhar acordou outro tanto para a realidade. Não gosto de títulos bombásticos, não consigo escrever assim. Muito porque acho que estamos a defraudar o leitor, a condicionar a sua opinião e não a informar, que é o nosso dever. Com as fotos o mesmo. Não precisamos de mostrar "sangue" para ilustrar a realidade.
Mas há momentos, há momentos que conseguem ultrapassar tudo o que é imaginável. Assistimos a um desses momentos já há muito tempo, há tempo de mais, mas a Europa ou melhor nós tardamos em acordar para o problema. Por isso publicar a foto daquele menino à beira da praia, com a cara dentro de água, faz sentido. Ainda que mais nada à volta da sua, demasiado curta, vida pareça fazer sentido.

*Mas que não consigo publicar aqui

2 de setembro de 2015

Outono no Ikea


Assim, logo à partida, a nova coleção SITTNING do (ou da... alguém me elucide, pf) Ikea é uma das minhas favoritas. Gosto do tom dourado da madeira dos tabuleiros e das tábuas, que certamente vão parar à minha cozinha (até porque estou sempre a derreter as outras de plástico). Gosto dos castiçais em vidro soprado e do cinzento dos têxteis. Querido, Querido... aguarda-me...


1 de setembro de 2015

Por eles


Não consigo imaginar o que eles passam. Não consigo sequer imaginar a dor de se perder tudo mas acho que consigo perceber a força que os leva a querer salvar aquilo que ainda se tem. A vida. Mais do que os corpos na praia, daqueles que não se conseguiram salvar, há uma imagem que desde ontem não me sai da cabeça uma mãe com um filho ao colo e outro que caminhava ao seu lado pela linha de caminho de ferro. Imaginei o seu cansaço mas surpreendeu-me o seu olhar, a sua determinação, a sua força.
Por cá, estranho os parcos minutos que se concede a este horror que acontece a alguns quilómetros de nós. A falta de atenção dos media reflecte a apatia da nossa sociedade? O João Miguel Tavares na sua crónica no Jornal Público perguntava, e bem, "Em que momento deixámo-nos de preocupar?". E em que momento deixámos nós de sentir?

Vida minha!

Oizinho...

 Uma pessoa tá mais de um ano sem pôr aqui os olhos e quando dá aquela vontade de voltar, o google faz-nos rever perfil e outras coisas que ...