2 de dezembro de 2018

Cenas de adolescente: mãe não é cool!


Uma das coisas que me motivou a fazer uma pequena paragem da minha vida profissional foi a possibilidade de passar mais tempo com a minha filha. O último ano foi bastante complicado. Foram semanas fora de casa, dias de trabalho demasiados longos, com direito apenas a um beijo de boa noite, e nem os fins-de-semana escapavam, sem tempo para lhe prestar mais do que 10 minutos de atenção.
Mas apesar das minhas boas intenções parece que vim tarde demais.
Desde pequena que a Leonor me acompanha em tudo. Aquelas cenas típicas de mãe filha. E sempre pensei que à medida que ela fosse crescendo essas “cenas” continuariam naturalmente a acontecer. Pois parece que me enganei.
Ultimamente, mais precisamente desde que a rapariga entrou no universo do 5º ano, o comportamento mudou. Começou com a porta do quarto, que passou a estar invariavelmente fechada e aí de quem for incomodar a princesa no seu reino. Passear a cadela ou ir às compras com a mãe são programas que já não entram na agenda ou se entram é com um enfado tal que até me arrepia. Continuo a ir deixa-la à escola mas de preferência (a dela não a minha), as despedidas são a 100 metros do portão da escola. E um beijinho apressado, nada de grandes entusiasmos.
O telemóvel é o seu grande companheiro! E como eu estou arrependida de lho ter dado senhores! A lista de problemas que este aparelho já acumula é tal que terá direito a um post próprio. Nesta altura, o grau de dependência é total. Claro que o usa para tudo menos para me ligar, principal motivo para o qual o teve. E a semana passada teve a ousadia de lhe colocar um código. Por esta altura já o código foi parar à porta do frigorífico, não sem antes ter apresentado um sem número de argumentos a justificar a sua acção.  
Enfim, eu vejo-a como qualquer mãe de uma criança vê uma filha de 10 anos: como se tivesse 5 anos. Mais cedo ou mais tarde eles crescem, querem abrir as asas e experimentar sair do ninho e isto pode causar dor, principalmente às mães. 
Como eu ainda a vejo... ai, ai!


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