Uma das coisas que me motivou a fazer uma pequena paragem da
minha vida profissional foi a possibilidade de passar mais tempo com a minha
filha. O último ano foi bastante complicado. Foram semanas fora de casa, dias
de trabalho demasiados longos, com direito apenas a um beijo de boa noite, e
nem os fins-de-semana escapavam, sem tempo para lhe prestar mais do que 10
minutos de atenção.
Mas apesar das minhas boas intenções parece que vim tarde
demais.
Desde pequena que a Leonor me acompanha em tudo. Aquelas
cenas típicas de mãe filha. E sempre pensei que à medida que ela fosse crescendo
essas “cenas” continuariam naturalmente a acontecer. Pois parece que me
enganei.
Ultimamente, mais precisamente desde que a rapariga entrou
no universo do 5º ano, o comportamento mudou. Começou com a porta do quarto,
que passou a estar invariavelmente fechada e aí de quem for incomodar a
princesa no seu reino. Passear a cadela ou ir às compras com a mãe são
programas que já não entram na agenda ou se entram é com um enfado tal que até
me arrepia. Continuo a ir deixa-la à escola mas de preferência (a dela não a
minha), as despedidas são a 100 metros do portão da escola. E um beijinho
apressado, nada de grandes entusiasmos.
O telemóvel é o seu grande companheiro! E como eu estou
arrependida de lho ter dado senhores! A lista de problemas que este aparelho já
acumula é tal que terá direito a um post próprio. Nesta altura, o grau de
dependência é total. Claro que o usa para tudo menos para me ligar, principal motivo
para o qual o teve. E a semana passada teve a ousadia de lhe colocar um código.
Por esta altura já o código foi parar à porta do frigorífico, não sem antes ter
apresentado um sem número de argumentos a justificar a sua acção.
Enfim, eu vejo-a como
qualquer mãe de uma criança vê uma filha de 10 anos: como se tivesse 5 anos.
Mais cedo ou mais tarde eles crescem, querem abrir as asas e experimentar sair do
ninho e isto pode causar dor, principalmente às mães.
Como eu ainda a vejo... ai, ai! |
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