19 de março de 2019

Cenas de adolescente: falar em vez de gritar!

Ora bem, já comecei 3 vezes a escrever este post e por 3 vezes parei, baralhei e... fiquei-me. Agora aqui vai, espero.Ora vamos lá tentar falar sobre a comunicação, ou a falta dela, com os adolescentes.
Tenho a sensação, e a certeza, que passei a semana passada toda a gritar com a Leonor. Seja por um motivo ou por outro, a verdade é que tive que levantar a voz mais vezes do que gostaria. A meio da semana a notícia dos dois jovens brasileiros travou-me a escrita. No final da semana um episódio de violência presenciado pela minha filha na escola levou-me a pensar duas vezes e a apagar o que já estava escrito.
No final da semana fui buscar a Leonor à hora de almoço e como o dia estava bonito decidi pegar na miúda e fomos almoçar. Calada, lá foi abanando a cabeça às minhas perguntas. ALERTA: quando a miúda se cala alguma coisa está errada. Não insisti. Já o almoço estava a meio quando finalmente me conta que enquanto me esperava na portaria viu um pai a bater na filha. A violência terá sido tanta que alertou diretora e auxiliares, que acorreram em auxilio da miúda e chamaram a GNR.
Ela estava chocada e eu fiquei numa tristeza por causa daquela família. Não foram os calções curtos da miúda ou a falta ao teste que terão estado na origem da fúria do pai. Antes terão sido muitas situações dessas e a falta de comunicação, de entendimento, de compreensão.
Antes de julgar os outros, parei para pensar na minha própria relação com a minha pequena adolescente. Se aos 10 eu grito, aos 13 provavelmente também estarei a arrastar a miúda pelos cabelos...
Quando levantamos a voz é para ser ouvidos mas numa comunicação eficaz não precisamos de andar aos gritos para fazer passar a mensagem. Então, o que vai mal na nossa comunicação? Acho que há medida que eles crescem vamos explicando menos as coisas. Achamos que compreendem melhor, sem necessidade da nossa intervenção/explicação. Talvez seja este o erro. Porque a partir daí tudo soa a ordem, a imperativo. Dá trabalho explicar tudo, tudo o que a nós, pais, parece lógico mas não o é para estes pequenos seres. 
E aquela ânsia de liberdade que eles têm vs os medos que nós temos?



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